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Câncer de Esôfago


Geysa Câmara


Tabela de conteúdo

INTRODUÇÃO

Aproximadamente 99% dos tumores de esôfago são malignos. Destes, 95% são do tipo epidermóides(tumor de células escamosas) e dentre as outras neoplasias malignas, os adenocarcinomas representam aproximadamente 4%. Dos tumores benignos, 60% são leiomiomas. É mais comum em homens e em pessoas mais idosas(acima de 60 anos), e parece estar associada a um nível socioeconômico menor.


TIPOS HISTOLÓGICOS MAIS COMUNS

1) CARCINOMA ESCAMOSO( EPIDERMÓIDE ) Derivado do epitélio estratificado não-queratinizado. Está havendo uma queda na incidência. Ocorre mais em negros e pobres. Acomete mais os 2/3 superiores do esôfago. Fatores de Risco: Fumo, Álcool, Ingesta crônica de alimentos quentes, Nitrosaminas(carcinógenos), Desnutrição/ Deficiência de vitaminas, Infecção por HPV, Tilose(hiperqueratose hereditária palmo-plantar) e Acalásia.

2) ADENOCARCINOMA Ocorre mais em brancos e pessoas de classe econômica mais elevada. Têm sua incidência aumentando recentemente. Acomete mais os 2/3 inferiores do esôfago. O principal fator de risco é a esofagite de refluxo, que pode vir a acarretar o esôfago de Barrett. A doença do refluxo gastroesofágico leva a uma substituição do epitélio escamoso estratificado não-queratinizado por um epitélio colunas(esôfago de Barrett). Pacientes com Barrett tem até 60 vezes mais chance de terem adenocarcinoma de esôfago.


MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Os sintomas iniciais são, na maioria dos casos, disfagia progressiva(inicialmente aos sólidos e depois aos líquidos) e perda ponderal recente. Quando esses sintomas surgem, geralmente, a doença já chegou a um estágio incurável. Essa disfagia pode vir associada a odinofagia, regurgitação e pneumonia por aspiração. Como o esôfago não possui serosa, a disseminação do câncer é facilitada, e ocorre principalmente para linfonodos adjacentese supraclaviculares, assim como pulmão, fígado, pleura e ossos.


DIAGNÓSTICO

Os dois métodos mais utilizados são: Esofagografia baritada(esofagograma) e Esofagoscopia com biópsia(pelo menos sete) em associação com exame citológico com escova. Os tumores menores podem ser difíceis de visualizar com o esofagograma, portanto todos os pacientes em que se suspeita de anormalidade esofágica devem submeter-se a esofagoscopia(exame que permite a confirmação diagnóstica).


ESTADIAMENTO TNM

T1: houve invasão da lâmina própria(mucosa) ou submucosa T2: Invadiu a camada muscular T3: Adventícia(ultrapassou a camada muscular T4: Atingiu estruturas adjacentes(mediastino)

N0: não invadiu linfonodos N1: invadiu linfonodos regionais ou mediastinais

M0: sem metástases à distância ou linfonodos cervicais ou celíacos. M1: com metástases à distância ou linfonodos cervicais ou celíacos.

O câncer esofágico é chamado de precoce quando invade até a submucosa. Os exames mais utilizados para estadiamento do tumor são: Ecografia Endoscópica(Ultrassom-endoscópico):para verificar a profundidade de penetração do tumor e vê se houve acometimento de linfonodos adjacentes. Para pesquisar se houve disseminação para mediastino e linfonodos paraaórticos pode-se utilizar a Tomografia Computadorizada. O Raio-X de tórax pode mostrar adenopatia mediastinal, assim como derrame pleural e metástases pulmonares. A broncofibroscopia pode visualizar se houve invasão traqueobrônquica(indicada principalmente em casos de câncer de esôfago proximal).

ESTÁGIO 1: T1N0M0 ; ESTÁGIO 2A: T2 OU T3, N0M0 ; ESTÁGIO 2B: T1 OU T2, N1M0 ; ESTÁGIO 3: T3N1M0 OU T4, QUALQUER N, M0 ; ESTÁGIO 4: QUALQUER T, QUALQUER N, M1


PROGNÓSTICO (sobrevida em 5 anos)

ESTÁGIO 1: APROXIMADAMENTE 60% ; ESTÁGIO 2: APROXIMADAMENTE 30% ; ESTÁGIO 3: APROXIMADAMENTE 20% ; ESTÁGIO 4: APROXIMADAMENTE 4 %


TRATAMENTO

Em paciente sem comobidades significantes e com estado geral razoável , a cirurgia curativa pode ser tentada quando não há metástases à distância e nem tumor irressecável. A cirurgia curativa é a esofagectomia associada a linfadenectomia regional. A reconstrução do trânsito deve ser feita sempre que possível com o estômago. A quimioterapia isolada tem pouca resposta. A radioterapia associada a quimioterapia e à cirurgia tem boa resposta(há aumento da sobrevida). A radioterapia pode aliviar a disfagia e até 50% dos casos(quando o objetivo é paliativo). Para pacientes que não podem ser operados, a associação de quimioterapia mais radioterapia tem resposta razoável.

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