Endometriose

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Edição de 06h12min de 21 de Dezembro de 2010

"Texto de Humberto Forte"




ENDOMETRIOSE

    É a presença de tecido endometria fora da cavidade uterina (ectópico), podendo ser encontrado na pelve (sítio mais comum de
implantação) ou em outros locais. Fala-se em adenomiose quando o tecido ectópico localiza-se do miométrio.


Tabela de conteúdo

Etiologia

    A causa da endometriose ainda é desconhecida, no entanto existem algumas propostas para explicá-la. Há a teoria da implantação
proposta por Sampson, caracterizada pela semeadura de células endometriais que possuem capacidade de implantação na cavidade

pélvica através de regurgitação transtubária durante a menstruação( “menstruação retrógrada”). Outra teoria é a imunológica que sugere que

em pacientes com endometriose, ocorreria uma diminuição da eliminação de células endometriais da cavidade pélvica devido a uma disfunção
do sistema imune. Outras várias teorias também são propostas, como a da metaplasia celômica, da terapia da indução, da iatrogenia e da
disseminação linfática.

Manifestações Clínicas

    Pacientes jovens com queixa de infertilidade, dismenorréia, dispareunia ou dor pélvica crônica tem alto grau de suspeição clínica.Os
achados clínicos estão na dependência da localização e da invasão do tecido ectópico. Sendo assim,podemos encontrar desde mulheres
assintomáticas até aquelas com dor pélvica incapacitante. A fisiopatologia da dor ocasionada pela endometriose parece estar relacionada à
inflamação peritoneal local, infiltração profunda com lesão tecidual, formação de aderências, espessamento fibroso e coleção de sangue
menstrual eliminado por implantes endometrióticos. Não é a quantidade de tecido presente que vai determinar a intensidade do quadro
álgico e sim o grau de invasão de estruturas subjacentes pelo endométrio ectópico.
    A infertilidade é classicamente associada à endometriose, principalmente na doença moderada e grave. Nesta situação, observa-se
aderências pélvicas que bloqueiam a motilidade túbulo-ovariana e a captação do óvulo. A endometriose extrapélvica, embora seja
assintomática na maioria dos casos, deve ser suspeitada quando há dor e/ou massa palpável fora da pelve com um padrão cíclico de
aparecimento. O local mais comum de doença extrapélvica é o intestino, principalmente o cólon e o reto.

Diagnóstico

    O exame clínico deve ser realizado à época da menstruação, quando a sensibilidade é mais fácil de ser detectada.A laparoscopia é o
procedimento diagnóstico de escolha e definitivo, uma vez que permite a biópsia das lesões suspeitas. A biópsia peritoneal às cegas em
mulheres inférteis pode revelar endometriose em seis a 13% dos casos. A ressonância magnética e a ultrassonografia transvaginal podem ser
utilizadas na identificação do tecido endometrióide, porém elas falham em detectar pequenos implantes no peritônio e em diagnosticar
adesões.Sendo assim estes métodos não podem ser utilizados na confirmação do diagnóstico.
    A dosagem do CA-125 (elevada na endometriose) apesar de importante não é diagnóstica, pois possui alta sensibilidade e baixa
especificidade. Seus níveis quantificam o grau da doença e a resposta ao tratamento.

Tratamento

    O tratamento definitivo da endometriose é cirúrgico e consiste na extirpação dos ovários com suspensão da produção de esteróides
sexuais. Os medicamentos utilizados são contraceptivos orais, progestagênios,  danazol(medicamento de propriedades androgênicas, que age
inibindo a secreção de GnRH e diretamente a esteroidogênese) e gestrinoma(agente antiprogestacional de longa ação com efeitos
androgênicos, antiestrogênicos e antiprogestogênicos).
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