Estudos Epidemiológicos

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Estudos observacionais é o grupo de estudos em que não há interferência direta na população. Eles cursam simplesmente com coleta e análise de dados. Os estudos experimentais são aqueles em que algo vai ser testado. Ensaios clínicos para o teste de novas medicações são exemplos de estudos experimentais.
Estudos observacionais é o grupo de estudos em que não há interferência direta na população. Eles cursam simplesmente com coleta e análise de dados. Os estudos experimentais são aqueles em que algo vai ser testado. Ensaios clínicos para o teste de novas medicações são exemplos de estudos experimentais.
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''Fonte: Introdução à Bioestatística; Sônia Vieira - 4ª edição"
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Conceitos Básicos em Epidemiologia e Bioestatística; Universidade Federal do Ceará - Faculdade de Medicina

Edição atual tal como 05h04min de 12 de Abril de 2012

Texto de Caio Mayrink

ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS


Tipos de estudos:

Observacionais

- Descritivos

 - Relato de caso

- Analíticos

 - Coorte
 - Caso-controle
 - Transversal
 - Ecológico

Experimentais

- Ensaio clínico


Tabela de conteúdo

Estudo de Coorte

No estudo de coorte, toda a avaliação parte de um ponto (comportamento de risco, exposição) para um resultado futuro. São escolhidos expostos e não expostos, acompanhados por um tempo e então é avaliado o resultado. Em geral, o coorte é um estudo caro e demorado, pois os pacientes precisam ser acompanhados e, muitas vezes, os resultados levam anos para aparecerem.

Geralmente o estudo de coorte é prospectivo, mas existe o estudo de coorte retrospectivo, onde são escolhidos indivíduos expostos e não expostos e há avaliação dos prontuários médicos, para observar as afecções dos pacientes. No coorte, há análise da incidência, uma vez que tudo o que ocorre a partir do começo do começo do estudo é “caso novo”.

A medida de associação desse estudo é o Risco Relativo, que é a razão de incidência do agravo entre os expostos e os não expostos. Quando o valor do risco relativo é maior do que 1, diz-se que o fator de exposição é um fator de risco; quando menor do que 1, é dito fator de proteção. Nesse estudo, pode ainda ser calculado o risco atribuível da exposição. Ele é a diferença entre a incidência do agravo nos expostos e a incidência nos não expostos. Essa medida de associação indica quantos por cento de casos ocorrem mais em expostos do que em não expostos, ou o contrário, dependendo obviamente do resultado obtido. Quando se fala em estudo de coorte, se fala em RISCO.


Estudo Caso-controle

O estudo de caso-controle é tipicamente retrospectivo, onde a análise começa no desfecho e as causas são buscadas na história prévia do paciente. Os “casos” são indivíduos com o agravo observado. “Controles” são indivíduos obrigatoriamente sãos do agravo do estudo, entretanto com características pré-determinadas pelo pesquisador que os assemelham e os padronizam. Buscando no passado de todos os pacientes (casos e controles), serão encontrados “causas” ou simples fatores de exposição com que o estudo pretende estabelecer nexo causal com o agravo.

A medida de associação desse estudo é o Odds Ratio (razão de chances), que nada mais é do que o produto cruzado dos casos expostos com os controles não-expostos pelos casos não-expostos com os controles expostos. O valor de Odds Ratio maior do que 1 indica maior CHANCE do desfecho ocorrer nos indivíduos com a exposição estudada no passado.

Coorte e caso-controle são os únicos estudos observacionais analíticos capazes de estabelecer nexo causal (relação de causa e efeito).

O estudo transversal e o estudo ecológico são incapazes de estabelecer temporalidade ou causalidade. Eles têm como objetivo analisar o perfil epidemiológico da população estudada; muitas vezes sendo usados por órgãos públicos para diagnóstico de saúde coletiva.

Estudo Transversal

O estudo transversal é um estudo pontual, não são analisados nem o passado nem o desfecho dos agravos do indivíduo. Esse estudo é frequentemente comparado com uma fotografia. Quando a foto é tirada, todos os dados epidemiológicos estão disponíveis, entretanto não se pode inferir o que ocorreu primeiro – não existe relação causa-efeito.

A medida de associação do estudo transversal é a Razão de Prevalência. Ao serem escolhidos os eventos a serem associados, suas prevalências são divididas e obtém-se uma razão. Nesse estudo, não são encontrados fatores de risco ou proteção. O máximo que pode ser dito é que se observa maior ou menor prevalência em algum dos grupos.

Estudo Ecológico

O estudo ecológico é caracterizado por não falar de indivíduos, mas sim de grupos populacionais. Frequentemente esses estudos são feitos pelo Ministério da Saúde e publicados para caracterizar o perfil epidemiológico de algum agravo em determinada região. Vale ressaltar que esse tipo de estudo também não permite inferir relação causa-efeito.

O principal viés envolvido no estudo ecológico é a falácia ecológica, característica que estabelece que as informações do todo não possam ser levadas ao indivíduo. Dessa forma, se um estudo ecológico associa consumo de cigarro com o número de mortes por doenças coronarianas em várias regiões do globo, por esse estudo, não se pode afirmar que o tabagismo é fator de risco, devido à falácia ecológica (viés ecológico).

Estudos Experimentais

Estudos observacionais é o grupo de estudos em que não há interferência direta na população. Eles cursam simplesmente com coleta e análise de dados. Os estudos experimentais são aqueles em que algo vai ser testado. Ensaios clínicos para o teste de novas medicações são exemplos de estudos experimentais.




Fonte: Introdução à Bioestatística; Sônia Vieira - 4ª edição"

Conceitos Básicos em Epidemiologia e Bioestatística; Universidade Federal do Ceará - Faculdade de Medicina

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