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Texto de Thyago Araújo

Escoliose


Trata-se de uma sinuosidade – curvatura – da coluna vertebral que foge aos parâmetros normais. Constitui uma condição clínica de natureza multifatorial, sendo algumas vezes a única manifestação de patologia subjacente e, portanto, pista inicial para uma investigação clínica mais aprofundada.

Para bem compreender no que consiste a escoliose, vale ressaltar que a coluna vertebral não permanece completamente reta em toda a sua extensão. No plano sagital, encontra-se naturalmente lordose cérvico-lombar e hiperextensão/cifose dorsal; e contrapartida, no frontal, a estrutura apresenta-se mais retificada, sendo admitidos fisiológicos apenas desvios discretos (aproximadamente ± 10º).

A escoliose em si compreende uma série de alterações na coluna vertebral, como desvios laterais; rotações vertebrais; hiperextensão/cifose lombar e diminuição da hiperextensão/cifose dorsal ou da lordose lombar. Podem ser evidenciadas isolada ou conjuntamente. Atinge em média 4-5% dos escolares, sobretudo os de 12-14 anos; a maioria apresenta distúrbios leves. A detecção e o tratamento precoces, de modo a se evitar sua progressão.

A escoliose, condição cujo se faz basicamente através de critérios clínico-radiológicos, pode ser classificada segundo alguns aspectos: altura de localização na coluna vertebral (leva em conta a vértebra-ápice), lateralidade do desvio, etiologia e quantidade de curvas (na curvatura principal).

A escoliose idiopática – subtipo mais freqüente – pode advir de uma predisposição hereditária, mas se reconhece sua patogenia principalmente como multifatorial. Hipóteses explicativas associam a participação de fatores como o hormônio do crescimento (GH), a melatonina (funcionamento da glândula pineal), a propriocepção, dentre outros. A detecção precoce se faz através da inspeção clínica, sendo úteis também alternativas como o escoliômetro e o método topográfico de Moiré. Observam-se os seguintes sinais: desnível dos ombros, assimetria das escápulas, cristas ilíacas, extremidades inferiores, Teste de Adams ( + ) e gibosidade dorsal ou lombar. Na história clínica, devem ser pesquisados antecedentes pessoais e familiares, idade (atual/detecção; puberdade). No exame físico, há necessidade da realização de uma avaliação completa, com atenção especial à neurológica. A presença de ‘manchas café-com-leite’ na pele fala a favor de neurofibromatose. As gibas podem ser avaliadas com auxílio do inclinômetro. A partir do Raio-X, incidência ântero-posterior, pode-se diagnosticar quanto ao tipo de desvio, localização, lateralidade, quantidade de curvas;, aplicar método de Cobb e avaliar a maturação óssea. O Raio-X em perfil (também o em perfil forçado e a ressonância magnética da coluna vertebral também consistem em ferramentas úteis.

LOCALIZAÇÃO • CERVICAL: C1-C6 • CÉRVICO-DORSAL: C7-T1 • DORSAL: T2-T12 • DORSO-LOMBAR: T12-L1 • LOMBAR: L2-L4

LATERALIDADE • DIREITA • ESQUERDA

ETIOLOGIA • IDIOPÁTICA (65-80%) • MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS • NEUROMUSCULARES (PARALÍTICAS) • OUTRAS CAUSAS

QUANTIDADE DE CURVAS • CURVA PRINCIPAL – SIMPLES • CURVA PRINCIPAL – DUPLA


Para a escoliose idiopática se apontam fatores prognósticos de progressão: sexo, maturidade óssea, valor angular, tipo, localização e rotação vertebral.

O tratamento da escoliose idiopática pode ser conservador ou cirúrgico. O primeiro tipo destina-se à desaceleração da progressão da escoliose, compreende a abordagem funcional e a utilização de órtese. A funcional trata-se de correção da postura, tração, cinesioterapia (natação, etc); geralmente é feito como coadjuvante ao uso do colete (órtese). O emprego de órtese corresponde ao tratamento conservador de maior eficácia, é indicado para curvas maiores que 20º acompanhadas de risco de progressão (indica-se o uso da órtese por 23h/dia); a duração dessa intervenção é bastante variável, dependendo da evolução de cada caso. O tratamento cirúrgico é sugerido para curvas maiores que 45-50º, preferencialmente ao final do período de maturação óssea.

INFANTIL (0-3 anos)

  20º 
  Maior maturidade óssea 
  Topografia torácica 

ADOLESCÊNCIA (> 10 anos)

  Sexo feminino 
  Ausência de menarca 
  Curva dupla 
  Idade precoce 
  Maior maturidade óssea 

JUVENIL (3-10 anos)

  30º 
  Dorso plano 
  Topografia torácica esquerda 

Bibliografia

  Actitud diagnóstico-terapéutica antes una escoliosis; E. Enríquez. M.ª C. Sabaté, M. Sabaté, J.M. Abreu; Servicio de Rehabilitación. Hospital Universitario de Canarias. Tenerife. BSCP Can Ped  2001; 25- nº 3.
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