Hiperprolactinemia

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"Texto de Humberto Forte"


Tabela de conteúdo

HIPERPROLACTINEMIA

È a síndrome de hipersecreção dos hormônios hipofisários mais comum tanto em homens quanto em mulheres.

Etiologia

Os adenomas hipofisários secretores de prolactina(prolactinomas) são a principal causa de níveis de prolactina(PRL) > 100ug/l. Um aumento menos significativo pode ser observado com microprolactinomas, porém é mais comumente causado por medicamentos, compressão do pedículo hipofisário, hipotireoidismo ou insuficiência renal. A gravidez e a lactação são causas fisiológicas importantes da hiperprolactinemia. O sono, a estimulação mamilar, o orgasmo sexual e ,até a estimulação da parede torácica por meio de um trauma, podem aumentar os níveis de PRL.

Manifestações Clínicas

Nas mulheres , amenorréia, galactorréia( em até 80%) e infertilidade são as manifestações mais comuns. Se a hiperprolactinemia se manifestar antes menarca, o resultado será uma amenorreia primária.As pacientes podem queixar-se também de redução da libido, ganho de peso e ligeiro hirsutismo.

Nos homens, a hiperprolactinemia tem como manifestações habituais: diminuição da libido, infertilidade ou perda visual( devido à compressão do nervo óptico).Se o distúrbio for duradouro, os sinais de hipogonadismo se tornarão evidentes, como osteopenia,perda de massa muscular e diminuição do crescimento da barba.


Diagnóstico

Além da análise do quadro clínico do paciente, é realizado uma investigação laboratorial e com exames de imagem para confirmar o diagnóstico de hiperprolactinemia e sua causa. Deve-se mensurar os níveis de PRL em jejum( normalmente<20ug/l) para avaliar-se a hipersecreção. Devido ao fato da secreção hormonal ser pulsátil, e os níveis variarem amplamente em alguns indivíduos com hiperprolactinemia, o exame deve ser realizado em diversas ocasiões quando a suspeição clínica for elevada. Podem ser observados tanto resultados falso-positivos quanto falso-negativos. Nos pacientes com níveis extremamente elevados de PRL( PRL> 1000 ug/l) os resultados podem ser falsamente baixos por causa de artefatos relacionados com o ensaio, já os valores elevados podem ocorrer por formas agragadas de PRL circulante, biologicamente inativas(macropolactinemia). O hipotireoidismo deve ser excluído pelos níveis de TSH e T4.

Admitindo-se que causas fisiológicas e farmacológicas de hiperprolactinemia foram excluídas, o diagnóstico de prolactinoma será provável com um nível de PRL> 100ug/l. Níveis de PRL<100 ug/l podem ser causados por microadenomas, outras lesões selares que reduzem a inibição da dopamina ou causas não-neoplásicas. Por esse motivo, deve ser realiza uma RM em todos os pacientes com hiperprolactinemia.

Tratamento

O tratamento depende da causa dos níveis elevados de PRL. Seja qual for a causa, o tratamento tem como meta normalizar os níveis de PRL, de modo à eliminar os efeitos de supressão gonadal, interromper a galactorréia e preservar a densidade mineral óssea. Se o paciente está tomando uma medicação que sabidamente causa hiperprolactinemia, tal medicamento deve ser suspenso, se possível.Utiliza-se também agonistas dopaminérgicos. Em pacientes com hipotireoidismo, a hiperprolactinemia regride normalmente com a reposição do hormônio tireoideano, já os pacientes com insuficiência renal retornam a níveis normais após a realização do transplante renal.


Nos pacientes com dano hipotalâmico irreversível não há justificativa para qualquer tipo de tratamento. A ressecção de massas hipotalâmicas ou selares pode reverter a hiperprolactinemia causada por um tônus reduzido de dopamina. Infiltrados granulomatosos respondem bem a glicocorticoides.

 Em cerca de 30% dos pacientes- com ou sem microadenoma hipofisário visível- há regressão espontânea do quadro.


Bibliografia

Harrison- Tratado de Medicina Interna- 17a edição.

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